Podíamos ter sido... mas não fomos.
Podíamos ter dito algo mais que "adeus"... mas não dissemos.
Podíamos ter sido felizes... mas nem sequer tentámos.
Podíamos ter arriscado... mas não o fizemos.
Fica um beijo, um abraço. Fica um peito de coração comprimido e os olhos que transbordam a saudade do que nunca nos foi permitido viver. Por medo? Talvez...
Tu segues um caminho, eu outro. Talvez um unico caminho seja demasiado pequeno para os dois. Mas vou sentir-te a falta, de verdade. E sei que lembrarei muitas vezes de ti.
É hora de te deixar, finalmente partir. Mesmo que ao virares as costas, leves tambem um pouco de mim.
É apenas um fim, ditado afinal, logo no incio de tudo. E quem sabe um dia?
Se não for pedir demais, aí dentro do teu peito, não me deixes morrer.
Aqui de longe, pedirei sempre a um ser maior que olhe por ti, que cuide de ti, que esteja a teu lado... no fundo, o que eu um dia quis que fizesses por mim. Mas não foste capaz.
Eu gostei mesmo muito de ti... e não pensei que me doesse tanto dizer-te adeus, mesmo sabendo que já te foste embora há muito, muito tempo...
"Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
A noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio
..."
Até um dia.
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